terça-feira, 4 de agosto de 2015

Refazer a esperança e reinventar o novo, eis o que nos ensina a Lava Jato

O envolvimento do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, nos crimes denunciados pela Lava Jato é um duro golpe no PT e para a esquerda em geral. A gente até gostaria e torce para que as denúncias não passem de perseguições políticas, retaliações ou armação organizada pelos tucanos.
Mas os fatos são consistentes.
Além de receber 1,1 milhão de reais da construtora Engevix, José Dirceu teria obtido outro 1,4 milhão da Jamp, cujas movimentações apareceram em uma fase anterior da operação. 
Mas Dirceu inda tem mais com o que se preocupar. As delações do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, apontado como coordenador do cartel de empreiteiras, e do operador de propina da Engevix, Milton Pascowitch, apontam outros pagamentos de 3,2 milhões de reais à JD, empresa de Dirceu. 
Segundo o delator, trata-se de propina em pagamentos feitos a vários políticos, entres estes o ministro Aloisio Mercadante e José de Filippi, do PT; o senador Aloysio Nunes, do PSDB, vice de Aécio Neves na última disputa presidencial, e Júlio Delgado, do PSB, candidato derrotado por Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados.
As acusações ainda terão de ser provadas. Os envolvidos negam irregularidades, afirmando que as doações foram legais.
Em nota publicada no blog de Dirceu, o advogado Roberto Podval lista quatro pontos para rebater as afirmações de Pascowitch. Segundo ele, o ex-ministro não teve qualquer influência na indicação de Duque e a relação da Jamp com a JD seria resultado de uma consultoria prestada no Peru. A informação, salienta a nota, é corroborada pelo presidente do Conselho da Engevix, Cristiano Kok, e pelo ex-vice-presidente, Gerson Almada, preso na fase Juízo Final da Lava Jato. Embora citado na nota como delator, Almada não assinou um acordo com a Justiça Federal, mas confirmou serem os pagamentos da Engevix a Dirceu referentes ao “lobby” exercido pelo ex-ministro.
Os advogados denunciam, também, o “método” das autoridades da Lava Jato que subvertem a Constituição Federal, pois, prendem para apurar e processar, sem levar em consideração a presunção de inocência.

Porém, uma velha lição fica dessas práticas comuns ao mundo da política: elas são privilégios para os políticos da direita, que têm imunidade judicial. Para a esquerda, não basta ser honesto, é preciso, como a mulher de César, demonstrar, a cada minuto que se é honesto. O inimigo de classe não combate de frente, ele golpeia pelas costas, fragiliza e enfraquece, aproveitando-se dos vacilos e dos nossos erros.
E os "companheiros", com essas nebulosidades éticas, facilitam o trabalho da direita e enfraquecem, no momento, as perspectivas emancipatórias. Fortalecem as campanhas sórdidas da "Veja", "Globo", "Época", "Isto É", "Estado de São Paulo", "Folha" e toda a mídia empresarial que se esbalda em farto noticiário panfletário, deformado e deturpado, pautando os discursos e as práticas da oposição e de muitos magistrados. 
Não só o PT, mas o conjunto da esquerda brasileira, também, recebe o impacto das denúncias e das prisões e, por isso, precisa refletir com profundidade, recusar, rejeitar e criticar de maneira clara e insofismável a inflexão do petismo ao submundo das negociatas, para resgatar um novo projeto nacional de desenvolvimento que vá mais além da mera administração dos condomínios do capital.

Que não sejam verdadeiras as denúncias, apesar dos fatos, é o nosso desejo; rejeitar e denunciar o esquema golpista em curso, deve ser nossa postura, mas devemos ser capazes de enxergamos a floresta que há depois da árvore para, mais uma vez, refazer a esperança e reinventar o novo, no pressuposto de se alcançar marcos civilizatórios mais elevados para o nosso País. E que a justiça não seja seletiva, alcançando apenas os denunciados do PT, que se cumpra a lei para todos, com o mesmo rigor.


*Sebastião Soares, filósofo, jornalista, educador social e consultor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Eu era a tua poesia

És parecida com a Terra. Essa é a tua beleza.
Era assim que dizias.
E quando nos beijávamos e eu perdia respiração e,
entre suspiros, perguntava: em que dia nasceste?
E me respondias, voz trémula:
estou nascendo agora.

E a tua mão ascendia
por entre o vão das minhas pernas
e eu voltava a perguntar: onde nasceste?
E tu, quase sem voz, respondias:
estou nascendo em ti, meu amor.

Era assim que dizias.
Tu eras um poeta
Eu era a tua poesia.

(Mia Couto)

Do que é feito o universo?


Ao observar galáxias distantes e supernovas, além da temperatura do Universo, os astrônomos chegaram à conclusão que nosso Universo é, na maior parte, plano, a energia total dele é zero, e está em expansão acelerada causada por um bizarro fenômeno, a energia escura. E esta aceleração está aumentando, e vencendo a gravidade. É como jogar uma bola para o alto e ver ela se afastar a uma velocidade cada vez maior, apesar de ser atraída pela gravidade.



Um artigo recente na conceituada revista científica Science, o astrofísico da Universidade de Princeton, David Spergel, conta como o modelo cosmológico padrão, ou seja, a teoria que descreve o Universo, usa apenas seis parâmetros. Estes seis parâmetros combinados, formam um modelo que prevê que 95% do nosso Universo é feito de matéria escura e energia escura, deixando os 5% restantes para tudo que a gente consegue ver e detectar.


A matéria escura é uma descoberta mais antiga, os astrônomos conseguiram demonstrar que o balé das galáxias do aglomerado Coma só poderia ser explicado se houvesse mais matéria por ali, matéria que não conseguimos detectar. E mais, teria que ser uma matéria não bariônica, ou seja, não composta do mesmo material que faz os átomos normais. Mas o que é esta matéria escura? Ninguém sabe, ainda.



Atualmente, uma série de experimentos está sendo feita para detectar tanto a matéria escura quanto a energia escura, e tem até mesmo alguns cientistas alegando que encontraram partículas de matéria escura, só que até agora estas descobertas são muito controversas. As esperanças dos cientistas estão no LHC, que pode descobrir evidências a favor de alguma teoria de supersimetria, que poderia explica a matéria escura.

 E a energia escura? Explicar a mesma e o porquê da expansão do Universo estar acelerando é outro problema hercúleo. Novos telescópios estão sendo projetados e devem ficar prontos na próxima década, e serão usados para mapear a estrutura do Universo, mapeando a distribuição da matéria nos últimos 10 bilhões de anos.


Parâmetros para descrever o universo: Idade do universo, Densidade dos átomos, Densidade da matéria, Amplitude das flutuações iniciais, Dependência destas flutuações à escala, Época que se formaram as primeiras estrelas...

 


Mas talvez apenas fazer observações não seja suficiente. Talvez seja necessária uma nova teoria da gravidade, tão profunda quanto a Teoria da Relatividade, uma que talvez inclua dimensões extras, para uma nova cosmologia. Uma cosmologia que talvez não precise de matéria escura nem energia escura para explicar o Universo com a mesma simplicidade e elegância da teoria atual. [PhysOrgScienceMag]

Lógica para o raciocínio, o Argumento como necessidade da razão


Antes de chegar à definição de argumento, vejamos um exemplo. Considere a seguinte afirmação: “A cidade de São Paulo pertence ao Brasil”. Será que essa afirmação é verdadeira? Vejamos algumas proposições importantes para chegarmos a uma conclusão:
·         P1: A região Sudeste é uma região do território brasileiro;
·         P2: O estado de São Paulo pertence à região Sudeste;
·         P3: A cidade de São Paulo está dentro do estado de São Paulo.
Se a cidade de São Paulo está dentro do estado de São Paulo, então ela pertence à região Sudeste e, por consequência, está no território brasileiro. Logo a cidade de São Paulo pertence ao Brasil.
Após analisarmos todas as afirmações, é possível confirmar que a cidade de São Paulo realmente pertence ao Brasil. Mas só foi possível constatarmos a veracidade dessa afirmação após a análise das proposições P1, P2 e P3. No estudo da lógica matemática, essas proposições são conhecidas como premissas.
A partir dessas premissas, chegamos a uma conclusão, que pode ser identificada como Q.
 Podemos agora definir “argumento”. Uma sequência de premissas que levam a uma conclusão é conhecida como argumento.
Um argumento constituído por premissas P1, P2,..., Pn e com uma conclusão Q
pode ser representado da seguinte forma:
P1, P2,..., Pn ? Q
Um argumento só será considerado válido se todas as premissas tiverem o valor lógico V, o mesmo da conclusão. Portanto, podemos afirmar que um argumento será válido se todas as premissas forem verdadeiras e levarem a uma conclusão também verdadeira. Um argumento não válido é conhecido como sofisma ou falácia.

Vejamos alguns exemplos:
1.    Toda baleia é um mamífero;
2.    Nenhum mamífero nasce do ovo;
3.    Nenhuma baleia nasce do ovo;
Temos então composto um argumento, em que as afirmações 1 e 2 são as premissas e a afirmativa 3 é a conclusão. Podemos concluir que esse é um argumento válido. Vamos analisar outro exemplo:
1.    Em minha escola há meninos e meninas;
2.    Existem meninos que não gostam de estudar;
3.    Existem meninos da minha escola que não gostam de estudar.

Temos um argumento em que as afirmações 1 e 2 são as premissas e a afirmativa 3 é a conclusão. Mas a conclusão não é verdadeira, pois não temos premissas que validem a conclusão. Portanto, esse argumento não é válido e trata-se de um sofisma, ainda que o conteúdo seja verdadeiro.

Anônimo

A captura do sistema político

por Silvio Caccia Bava
Claudius


Para falar sobre a situação política atual no Brasil é preciso compreender algumas mudanças substantivas que ocorreram no passado recente e criaram as condições para o que chamo de captura do sistema político pelo poder econômico, o maior problema de nossa democracia.
Até 1997, no Brasil, as empresas eram proibidas de financiar campanhas eleitorais. A onda neoliberal mudou esse cenário. Foi com a lei eleitoral n. 9.504/97 que as empresas passaram a poder financiar candidatos e campanhas leitorais. E isso mudou tudo.  
A nova lei eleitoral, inspirada no modelo norte-americano, permite que as empresas criem vínculos diretamente com os candidatos, sem qualquer intermediação dos partidos. Os partidos, seus programas e propostas ficam em plano secundário. E, nessa relação direta entre candidato e empresa, o que desejam os doadores? Desejam políticas que atendam a seus interesses privados, desejam a defesa de seus interesses nas arenas decisórias das políticas públicas. Para isso organizam lobbies, pautam a mídia, mas também elegem bancadas parlamentares e influem na escolha de gestores públicos.1
O modelo europeu de financiamento de campanhas eleitorais vai no sentido contrário, valorizando e fortalecendo os partidos políticos, e não as candidaturas individuais. E há países que proíbem o financiamento de campanhas eleitorais por empresas, tais como Peru, Colômbia, México, Canadá, França e Portugal. A Espanha estuda adotar essa nova política agora.2
O financiamento eleitoral por empresas foi modificando cada vez mais a composição do Congresso Nacional e reduzindo à impotência os candidatos com poucos recursos. Se nas eleições de 2002 os gastos totais foram de cerca de R$ 800 milhões, em 2014 eles chegaram a R$ 5,1 bilhões, quase em sua totalidade contribuições feitas por empresas. Além das doações privadas, os partidos políticos receberam R$ 308 milhões de recursos públicos provenientes do Fundo Partidário, e as TVs receberam R$ 840 milhões de isenções fiscais pelo tempo “gratuito” de veiculação de campanhas eleitorais.3
Em média, nas últimas eleições, um deputado federal eleito gastou R$ 1,4 milhão para se eleger; um senador, R$ 4,9 milhões; os candidatos eleitos gastaram onze vezes mais que os não eleitos.4 Os que não contaram com esse aporte financeiro em suas campanhas, por melhores candidatos que fossem, salvo raríssimas exceções, não se elegeram.
Esse fenômeno de captura do sistema político pelo poder econômico é mundial. Nos Estados Unidos, a situação é a mesma. Quando, em janeiro de 2010, a Suprema Corte norte-americana decidiu em favor do financiamento de campanhas eleitorais por empresas, o jornal The New York Times, em editorial, denunciou que esse era “um golpe no coração da democracia, facilitando o caminho para que as corporações empresariais empreguem seus vastos tesouros para inundar com dinheiro as eleições e intimidar os governantes eleitos para que obedeçam a suas determinações”. Noam Chomsky, na mesma época, denunciou: “Essa liberalização financeira cria o que alguns chamam de ‘parlamento virtual’ de investidores e credores que controlam de perto as políticas governamentais e ‘votam’ contra elas, se as consideram ‘irracionais’, quer dizer, se elas beneficiam o povo, e não o poder privado concentrado”.5
O resultado é claro. Em 2014, no Brasil, as dez empresas que mais doaram para as campanhas eleitorais para a Câmara dos Deputados elegeram 360 deputados de um total de 513, isto é, 70% da Câmara Federal.6 O Congresso Nacional de 2015 não está formado por bancadas de partidos políticos, e sim por bancadas de interesses privados que estão distribuídas por todos os partidos.
A bancada ruralista é composta por 374 deputados federais – sendo 118 deles do próprio agronegócio –, distribuídos por 23 partidos. A bancada dos bancos conta com 197 deputados e se distribui por dezesseis partidos. A bancada dos frigoríficos tem 162 deputados alojados em 21 partidos. A bancada das mineradoras tem 85 deputados em dezenove partidos. A bancada da bebida alcoólica conta com 76 deputados em dezesseis partidos.7 Isso para falarmos apenas das maiores bancadas de interesses privados e sem nos referirmos, por exemplo, à bancada evangélica, cuja agenda fundamentalista está longe da defesa do interesse público.
A realidade é que a composição atual do Parlamento brasileiro é de 70% de fazendeiros e empresários (da educação, da saúde, industriais etc.).8
O novo Congresso é militantemente conservador e reacionário. Posta sob um comando errático, que atua ao sabor da disputa política do momento, sob forte influência das bancadas de interesses privados, a Câmara dos Deputados impõe políticas de restrição de direitos, cuja expressão máxima é a proposta de terceirização para todas as atividades de qualquer empresa. É o melhor Congresso que o dinheiro pode comprar.
Silvio Caccia Bava
Diretor e editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil

1 Tiago Daher Padovesi Borges, “Um estudo sobre as doações empresariais e as carreiras nas eleições de 2006”, 36º Encontro Anual da Anpocs, 2012.
2 Mariana Schreiber, “Financiamento empresarial de campanha é proibido em 39 países”, 31 mar. 2015.Disponível em: www.pragmatismopolitico.com.br
3 Mariana Schreiber, op. cit.

4 José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli, “Candidatos eleitos gastam em média 11 vezes mais que não eleitos”, Estadão, 7 nov. 2014.

Publicado in Le Monde Diplmatique Brasil
www.lemondediplomatique.com.br 

Reflexões da razão ao universo aberto


Quando te derem amor, não esqueças de devolver.

Estamos juntos a caminhar, pois, assim, somos multidão.

Leve  contigo as noites que me trouxestes que eu fico com as manhãs que vão se abrir.

E foi quando tu me prendias  que abri asas e busquei o mundo que me esperava .

O eterno tem o seu tempo e a sua hora para ser efémero e fugaz.

Para que me conheças deves olhar-me além dos teus olhos, aliás tolo é o olhar que procura tão somente a sua própria imagem, não vê o diverso da imagem do mundo. 

 Um dia se o mundo te esquecer não se desespere, colhas o que plantastes e sobreviva com o que colhestes.


Haverá um dia em que a vida não terá respostas para dar-te e todas as certezas serão palavras vazias, confirmando a única verdade de que todo absoluto será, sempre, relativo. 

Não foi preciso ir muito longe para saber que a liberdade que me ofertavas era feita de grades e correntes, serrei-as.

(Sebastião Soares 
 filósofo, jornalista, professor e lutador social. )

A fuga


Eu não aparecerei quando tu chamas,
Pois estou já contigo ao teu chamar.
Quando em ti penso, estás dentro de mim,
E tudo é já teu próprio pensar.
Tua presença de ausência se veste
Em teu corpo, onde a alma escondida.
É em minha mente que inteira estás
E é em mim que tu és possuída.
Fora de ti, dado ao espaço e ao tempo
Teu corpo, mero tu, de mim ausente,
Partilha a mudança, o tempo e o lugar,
Pertence a outra lei, de ti diferente.
No meu sonho de ti nada te altera
Em outra, que contigo se compara.
Tua presença corpórea é só a parte
De ti, que a ti de ti separa.




Por isso chama, mas sem me esperares.
Tua voz, ao meu sonho acrescentada,
Juntará mais beleza ao meu pensar
Teu corpo, vivo na mente habitada.
A tua voz ouvida da distância
Mais aproxima tua sonhada presença.
Mais nítida e clara que parecia,
Na minha fantasia fica imensa.
Não chames mais. Tua voz duas vezes
Repetida no espaço verdadeiro,
Quase seria como a realidade.
O segundo som, o eco do primeiro.
Chama uma só vez. E que eu imagine
No segundo apelo, de olhos cerrados, 
A visão do teu corpo a cintilar
Na memória visível dos teus brados.
O resto será teu prolongamento,
Olhos fechados p’ra não sentir,
No apelo premente de meu sonho.
Fica longe, calada, mas sem vir,
Pois virias perto de mais à vista
E de meu pensamento irias para ti
Vestindo em mim teu corpo sonhado
(O sonho do teu corpo é infinito)
Com teu limite, o visualizado.

- Fernando Pessoa, In Poesia Inglesa II, Assírio e Alvim, [edição e tradução de Luisa Freire], 2000.


Tiradentes, o coração colonial de Minas Gerais







Orquídeas, algumas dicas: cuidados ao regar

Excesso de água não faz a uma orquídea, aliás é o modo eficaz para matá-la. Suas raízes ficam sem oxigênio, os fungos se proliferam de forma descontrolada e a planta morre. As regas costumam ser necessárias de 2 a 3 vezes por semana, conforme estiver o tempo.


A cada dois dias cave com cuidado e pegue no substrato, sinta a umidade. Ainda estando úmido não é necessário molhar, recomenda-se esperar até secar. 

 Regar de forma a deixar a água escorrer por baixo do vaso. Para a orquídea é melhor a falta do que excesso de água.



Deve-se evitar fazer a rega durante a noite, para não deixar as folhas molhadas. Isto pode ser feito pela manhã ou no final da tarde.


Um novo tempo para o futuro


                A bandeira de Cuba volta a ser hasteada em Washington depois de mais de 40 anos de rompimento diplomático e imposição do bloqueio econômico pelos Estados Unidos. Novos tempos para a Ilha que venceu o cerco imperialista e sobreviveu assegurando, na pobreza e sob a asfixia dos EUA, condições dignas de vida ao seu povo, livre da fome, do analfabetismo e beneficiados por um sistema de saúde digno de louvor em todo mundo.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Redes sociais, grande mídia e a arquitetura do golpe

Um espectro ronda o Brasil: trata-se do golpe de Estado, a tentativa desesperada de derrubar o governo federal que foi democraticamente eleito. Nessa empreitada golpista, sob a eufêmica bandeira do impeachment, setores conservadores da sociedade brasileira têm se mobilizado nos diversos meios de comunicação. Nas redes sociais, pseudo-analistas, de praticamente todas as faixas etárias, estão se transformando em ícones do pensamento conservador. Nesse sentido, podemos citar Kim Kataguiri, o jovem mais retrógrado do Brasil, o “pelego racial” Fernando Holiday e o astrólogo autointitulado filósofo Olavo de Carvalho, guru da direita brasileira.
 Não obstante, diversas calúnias sobre a presidenta Dilma Rousseff têm sido exaustivamente compartilhadas no Facebook. Basta uma breve leitura da sessão de comentários da página virtual da Folha de S.Paulo, por exemplo, para constatarmos que as redes sociais estão sendo cada vez mais utilizadas para propagar discursos de ódio. Mesmo matérias que nada têm a ver com o cenário político ensejam enxurradas de ofensas ao PT e à presidenta. Conforme já apontamos em outro artigo, “dê um mouse e um teclado para um sujeito intolerante e verá até onde pode chegar a ignorância humana”.
 Por sua vez, mais discreta do que os “revoltados online”, porém não menos golpista, a grande mídia também vem contribuindo na tentativa de derrubar a presidenta, seja na seletividade de notícias sobre corrupção, na manipulação de dados estatísticos, no superdimensionamento da atual crise econômica, na personificação dos problemas brasileiros na figura de Dilma Rousseff ou na produção de infográficos que visualizam uma suposta realidade política após a deposição da presidenta.
 Desigualdades estratosféricas
 Também é importante destacar o bombardeio ideológico sofrido pelo atual governo presente nas colunas ultraconservadoras de publicações como Veja e Folha de S.Paulo, nos comentários raivosos dos articulistas políticos das principais emissoras de televisão (Carlos Lacerda seria considerado dócil se vivesse nos dias atuais), nos conteúdos dos programas humorísticos “politicamente incorretos” e nas falas dos “especialistas” (acadêmicos não reconhecidos pelos seus pares, mas que expõem na mídia suas ideias preconceituosas travestidas de “análises científicas”).
 Evidentemente, o presente artigo não pretende defender o governo (diga-se de passagem, tratar-se-ia de uma tarefa extremamente controversa), mas preconizar pela conservação dos mínimos preceitos democráticos duramente conquistados pela sociedade brasileira. Em um país que passou por séculos de escravidão, vice-campeão mundial em concentração fundiária (só perdemos para o vizinho Paraguai) e marcado por estratosféricas desigualdades em todos os âmbitos, é preciso que os setores progressistas se levantem e denunciem quaisquer tipos de manobras que possam representar retrocessos políticos, econômicos e sociais.
 ***
Escrito por: Francisco Fernandes Ladeira 
Fonte: Observatório da Imprensa
 Francisco Fernandes Ladeira é especialista em Ciências Humanas: Brasil, Estado e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor de Geografia em Barbacena, MG

http://www.fndc.org.br/

Criança geopolítica assistindo o nascimento de um novo homem

A pintura surrealista do espanhol Salvador Dali, “Criança geopolítica assistindo ao nascimento de um novo homem”, datada de 1943, mostrar um planeta Terra aparentemente plástico, cujo meio é rasgado vorazmente por um homem que tenta libertar-se daquela clausura. Sob o planeta, um pano branco manchado por um liquido vermelho que parece ser sangue, causado pela abertura. Sobre o mesmo planeta, um objeto esfíngico e sombrio. Apontando para um dos continentes do astro, um ser aparentemente feminino, tendo a seus pés uma criança que parece muito assustada.



Golpe na composição do Conselho de Comunicação Social tem nota de repúdio


As entidades da sociedade civil subscritoras da presente nota vêm a público expressar seu repúdio pelo procedimento inconstitucional, ilegal, antirregimental e ilegítimo que levou à homologação de uma nova composição para o Conselho de Comunicação Social (CCS), na última quarta-feira (8/7). Desrespeitando o §2 do Art. 4º da Lei nº 8.389, de 1991, e o Decreto Legislativo nº 77/2002, o Congresso supostamente escolheu os novos conselheiros numa sessão conjunta entre Senado e Câmara dos Deputados. Entretanto, sem quórum deliberativo, a referida sessão sequer submeteu as indicações para votação secreta em plenário. Ainda que o tivesse, a previsão constitucional exige aprovação dos indicados por maioria simples das duas Casas legislativas, o que definitivamente não foi observado pela Mesa Diretora do Congresso – no dia, menos de 90 deputados e apenas 14 senadores estavam reunidos.

Como se não bastasse a flagrante violação de dispositivos constitucionais e legais, ainda foram nomeados para uma das vagas do CCS destinadas à sociedade civil dois ministros de Estado: Henrique Eduardo Alves (Turismo – titular) e Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia – suplente). Entre os ocupantes de outras vagas para a sociedade civil estão um ex e um atual servidor da Secretaria de Comunicação do Senado e a diretora do Instituto Palavra Aberta, que só tem associações empresariais como associadas.
 Vale lembrar que o setor empresarial já possui vagas próprias na composição do CCS. Desta forma, o Congresso Nacional dá um novo golpe contra a sociedade civil, desrespeitando por completo este espaço de participação social e demonstrando não ter discernimento nem mesmo para reconhecer, de forma transparente e republicana, as organizações sociais que atuam no campo das comunicações no país.

Desde seu início, o Conselho funciona sem critérios claros para sua composição, sobretudo no que diz respeito às cinco vadas da sociedade civil. Por isso, em abril de 2014, um significativo conjunto de entidades, que acompanham de perto o trabalho do Conselho e reconhecem sua importância para o diálogo com a sociedade sobre assuntos estratégicos para o país, lançou uma plataforma defendendo maior transparência e participação no processo de escolha dos representantes do Conselho de Comunicação Social.

Neste documento, foi proposto que, entre os critérios que o Congresso deveria considerar para indicar os representantes da sociedade civil, deveria constar justamente o fato do conselheiro/a ser representante de meios comunicação comunitários, universitários e públicos ou de organizações atuantes no tema das comunicações – visando, justamente, a garantia da pluralidade no âmbito do órgão. Na ocasião, também foi defendida como premissa a equidade nas questões de raça, gênero e regionalização dos representantes. Com base nestes critérios, foram indicados, com o apoio da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular (Frentecom), da Câmara dos Deputados, um conjunto representativo de nomes.

Agora, perto do CCS completar um ano de inoperância – a última gestão teve seu mandato encerrado em agosto de 2014 –, o Congresso homologa novos conselheiros num processo que começou sem a necessária divulgação prévia de seus nomes e terminou numa “eleição” sem quórum. Para piorar, a posse dos supostos novos conselheiros já está agendada para o próximo dia 15 de julho, numa tentativa de consumar um fato eivado de ilegalidade e ilegitimidade.

Nesse sentido, reivindicamos que seja declarada a nulidade dessa escolha e que o Congresso Nacional aja com responsabilidade na recomposição desse espaço, especialmente com relação às vagas da sociedade civil, de modo a permitir a efetiva participação de organizações representativas da sociedade civil, que atuam em favor da garantia do direito à comunicação e da liberdade de expressão no Brasil. 
- Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC
- Central Única dos Trabalhadores – CUT
- Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
- Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
- Associação das Rádios Públicas do Brasil – Arpub
- Viração
- Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão – Fitert
- Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do DF – Sinttel-DF
- Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações – Fitratelp
- Viração Educomunicação 
- Intersindical - Central da Classe Trabalhadora

-Agência Social – Central Nacional para Movimentos e Organizações Sociais

Record já prepara demissão do elenco da novela "Os dez mandamentos", sucesso de audiência

Os donos da TV Record estão satisfeitos; a novela "Os Dez Mandamentos" é sucesso, tem bons índices de audiência, chegou a ganhar da Globo, usa efeitos especiais gravados em estúdios nos Estados Unidos, terá uma duração mais longa em razão da boa aceitação dos telespectadores e a trama tem obtido boa repercussão. Tudo isso, claro, se traduz em muitas verbas de publicidade e muito dinheiro para os donos da TV Record.

Mas, para os atores e atrizes a perspectiva é outra,  quando a novela chegar ao fim, quase todo o elenco será demitido, alguns até já foram afastados da emissora. Os contratos com que tinham  vigência até março de 2016 foram antecipados para setembro de 2015. 
Fim de ano com promessa de muitos desempregados da emissora do bispo Edir Macedo, mesmo com os altos lucros obtidos.

Crossfit, a moda faz história na costa do Pacífico



Muita atenção aos Aussies 2015 da Pacific Regional que combinam as regiões da Ásia e da Austrália, para um throwdown em Wollongong, na Austrália. O Brasil já conta com muitos grupos praticantes.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

"Rastros de Ódio" uma nome de filme apropriado ao estilo de fazer política do senador Aécio Neves:disseminar confrontos e raivas pessoais


Incapaz de aceitar as regras democráticas, o péssimo perdedor, senador Aécio Neves não faz outra coisa a não ser falar mal da presidente Dilma e do PT. Todos os dias, se possível a cada  minuto, a sua prática é de terra arrasada, Queima tudo. Espalha e semeia ódio por todo o País, joga e incentiva dissidências pessoais, do mesmo tipo de coerção dos pastores evangélicos sobre o grande rebanho. Sem pensar, sem refletir. Ouvir, aceitar e obedecer.Aécio Neves com sua portentosa máquina de propaganda e publicidade invade todos os poros da comunicação com ataques ao governo, à pessoa da presidente, a todos os políticos e eleitores do PT e que se identificam como esquerda. Protegido por um forte esquema judicial, policial, econômico e de mídia, o senador tucano conspira dia e noite, incessante e sem parar. Veste a armadura do ódio e abre as suas ventas em investidas raivosas e agressivas. Por isso, no rastro que constrói passa a ser o Cavaleio do Ódio que jamais poderá ser o príncipe capaz de unir a Nação.  

Sua herança será o ódio e o desprezo de multidões, de muitos milhões de homens e mulheres que até compreendem a sua deselegante, desrespeitosa e em várias situações até covarde maneira de dirigir-se a uma mulher; em vez de elevar o debate para o bem de toda a Nação resvala para a cova infecta da agressão pessoal.

A política mesquinha do denuncismo é uma farsa para esconder bandidos, isso se sabe. Os rastros de ódio são necessários a quem não tem propostas para o debate.  Daí a agressão estúpida e desnecessária, como a postura já demonstrada na campanha eleitoral ao ofender a candidata com palavras de "mentirosa" e outras  usadas pelos torturadores de Dilma Rousseff. Neste episódio o senador provou ser um homem sem escrúpulos, sem princípios e que, para chegara o poder, é capaz de tudo, sem o menor senso de fraternidade com um semelhante.

Na oposição a prática é a mesma, Ofensas que se tornam indignas e levianas a se dirigirem, em primeiro lugar, à presidente da República e,segundo, por se tratar de uma mulher.
Por estas e outras o senador carioca de Minas Gerais  não tem a grandeza que se faz necessária para ousar lançar-se ao cargo de presidente e ostenta enormes pés de barro quando a avaliação se refere à honestidade pública. Maculada por suspeitas, inquéritos e processos.

Um outro senador, Luiz Carlos Prestes, dignificou o Senado brasileiro com uma eleição consagradora como o Cavaleiro da Esperança, em favor da paz, para o desenvolvimento da Nação, fortalecimento da classe operária e de todo o povo explorado em um país soberano e menos desigual. Contrário a tudo isso, o atual senador tucano, Aécio Neves,  passa a ser o Cavaleiro do Ódio ao não aceitar o resultado das urnas e abrir enormes rastros de ódios fascistas que precisam ser contidos e evitados.

Frente ao ódio é preciso acreditar em um mundo melhor, possível com a nossa unidade coletiva e social, em uma sociedade fraterna e não desigual, na qual rastros de ódio pessoal sejam transformados em pegadas de esperança e de solidariedade. 

Aécio Neves,os tucanos e os seus aliados em geral forçam o TCU a achar alguma erro nas contas da campanha da presidente eleita

Na Câmara dos Deputados, a manipulação do TCU pelos tucanos, ao ponto em que um dos ministros já havia até declarado seu voto contra a aprovação, em público, foi respondida de maneira definitiva pelo deputado do PSC, ao advertir: 

"Respeitem a presidente Dilma! Nesse TCU tem dois ministros citados na Lava Jato".

A reprovação das contas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff é o desejo de consumo da oposição para avançar com o golpe do impeachment ou da anulação da eleição. O governo fraco, com o PT escangalhado, tenta se salvar em meio ao bombardeio golpista. 

A conspiração campeia solta e o apoio dos Estados Unidos reforça as estocadas para desapear a presidente Dilma do poder. O golpe está sendo tramado e executado. Os lado mais podre da política nacional manipula e ilude para impor uma campanha ostensiva contra a corrupção, campanha custeada e bancada pelos setores mais corruptos da sociedade brasileira.
O golpe em marcha é de piratas dos cofres públicos que denigrem os adversários moralmente para esconderem as suas próprias falcatruas, das quais têm imunidade judicial e nem se tornam pautas da imprensa empresarial.

O golpe é pelo botim aos cofres públicos, é um assalto aos direitos sociais, trabalhistas, sindicais, previdenciários como política de estatal. Será, em sua efetivação, um assalto às finanças públicas mediante a privatização do Estado e a instauração do estado policial, sob a condução da razão cínica demo-tucana sustentada pelo aparato de governança de agências norte-americanas. 
Eis o que nos ameaça.